"Se tento descrevê-lo aqui, é justamente porque não o quero esquecer. É triste esquecer um amigo.Nem todo o mundo tem amigo. E eu corro o risco de ficar como as pessoas grandes, que só se interessam por números. Foi por causa disso que comprei uma caixa de tintas e alguns lápis também. É duro pôr-se a desenhar na minha idade, quando nunca se fez outra tentativa além das jibóias fechadas e abertas dos longínquos seis anos ! Experimentarei,claro, fazer os retratos mais parecidos que puder. Mas não tenho muita esperança de conseguir. Um desenho parece passável; outro, já é inteiramente diverso. Engano-me também no tamanho. Ora o principezinho está muito grande, ora pequeno demais. Hesito também quanto a cor do seu traje.
Vou arriscando então, aqui e ali. Enganar-me-ei provavelmente em detalhes dos mais importantes. Mas é preciso desculpar. Meu amigo nunca dava explicações.
Julgava-me talvez semelhante a ele. Mas, infelizmente, não sei ver carneiro através de caixa. Sou um pouco como as pessoas grandes. Acho que envelheci."
Meus medos retirados do livro O Pequeno Príncipe de Antoine Saint-Exupéry
Lindo... sempre que leio esse livro encontro nele algo que não havia visto antes... infinitamente verdadeiro. Beijos!
ResponderExcluirsó para constar, o link do meu blog. Visite qdo puder ;*
ResponderExcluirhttp://www.casadepenas.blogspot.com