quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tive um sonho estranho...

Tive um sonho estranho, na verdade mais perturbador que estranho, costumo ter sonhos estranhos com uma relativa freqüência, no entanto sonhos perturbadores são raros. Não era um pesadelo, não senti medo durante o sono nem após acordar, senti nojo, um tremendo nojo das invencionices da minha mente enquanto eu dormia. Será que eu não tinha o direito a um sono tranqüilo, direito a sonhar calmamente sem grandes surpresas, sem grandes espetáculos hediondos.
Meu sonho lembrava um filme do Kubrick e bem poderia sê-lo. Ele como ninguém mostra ao público espetáculos violentos, verdadeiras afrontas estéticas. Em meu sonho eu caminhava pela rua, o sol estava abrasante, tudo parecia estar meio amarelado com a luz solar, contudo que não havia muita coisa em meu sonho, além da claridade amarelada, lembro-me apenas do asfalto amarelado, que apesar da tonalidade nem de longe parecia com a estrada de tijolos amarelos de Dorothy, era deserto, lúgubre apesar da luz. 
Vi uma construção como se fosse um antigo cortiço, ao entrar vi duas pessoas conhecidas na vida real. No entanto que jamais vi juntas enquanto acordada, um rapaz e uma moça que se enroscavam desdenhosamente em um canto do cortiço, como quem deseja provocar quem olha, lançavam-me olhares de despeito entre suas carícias voluptuosas. Sentindo-me incomodada com a cena eu virei as costas e continuei a caminhar.
De repente vi um grupo de pessoas em círculos, da mesma maneira como as pessoas se aglomeram em torno de um acidente de trânsito, todos curiosos e sedentos do sangue alheio, como moscas voando em volta da merda. Ao me aproximar da pequena multidão reparei que eles não tinham rostos, no centro eu vi uma moça sendo violentada por um homem muito mais robusto que ela. Ao ver a cena eu fiquei extremamente enojada, tentei gritar, e me debati, mas eu simplesmente perdera a voz e os movimentos, mas crescia uma sensação ruim no peito ao olhar aquele espetáculo de horror. Mas eu simplesmente não conseguia me mover. Lentamente eu já não tentava mais me mover, e ia ficando conformada ao observar a cena horrorosa. Ao acordar tive nojo, da cena, de minha resignação, da resignação da humanidade, nojo de mim mesma.

[Edit] Para apaziguar as sensações, tive outro sonho há poucos dias, desta vez havia uma aura de fantasia em meu sonho que o aproximava mais de um conto de fadas. Em outro post quem sabe eu o conte[/Edit]

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