Era mais uma terça-feira chuvosa, como gostam de ser as terças-feiras. Era início de mês, era preciso pagar água, luz, o gás. Era preciso ir ao banco, sacar o medíocre salário de um mês de trabalho medíocre também.
Sem muito ânimo para desempenhar atividades cotidianas ela encaminhou-se até a agência bancária mais perto. No caminho seus passos seguiam firmes desviando das poças formadas pela chuva, os pensamentos desviavam-se das tristezas que seu sorriso manso costumava esconder. Traçava mentalmente uma lista de tarefas para semana, com toda certeza ela deveria limpar o lixo de sua kit net, por mais que não se importasse com seu pequeno mundo caótico de papéis, e o cheiro de sebo, as xícaras sujas de café em cima de todas superfícies (café era o alimento base de sua dieta). As raras pessoas que apareciam com uma raridade ainda maior para visitá-la importavam-se, portanto a faxina se fazia necessária.
Ah! Como são cinzentas as terças-feiras. Ao entrar no banco dirigiu-se a fila do caixa eletrônico. Puxa que fila! Todos necessitavam desesperadamente de seus trocados sujos, pois, era início de mês, era preciso pagar água, luz, o gás. Distraída na fila ela começou a observar a princípio inocentemente a nuca do rapaz que encontrava-se na sua frente. Rendeu-se, que nuca! A pele bronzeada de sol, no maxilar era possível discernir o início de uma barba. Homens barbados sempre à atraiam, seu pai possuía barba, somente com essa informação e Freud já teria traçado todo o perfil de suas relações amorosas. Ela não se importava! Continuou a observar a nuca que encontrava-se a sua frente, seus pensamentos ficavam cada vez mais libidinosos diante daquela nuca. A senhora que estava atrás dela na fila olhou em volta e comentou displicentemente: “Que tempo louco!” sem muito interesse de prosseguir a conversa com a desconhecida, ela desinteressadamente respondeu com um “Pois é...”.
Virou-se novamente para frente para continuar a cravar os olhos na nuca que lhe despertara tamanho interesse. Fantasiou, sem dúvida esse era um de seus passa-tempos prediletos, necessitava de suas doses diárias de fantasia, bem como um moribundo ansiava por suas doses diárias de morfina. A fantasia era sua morfina. Deixava a dolorosa tarefa de viver ao menos suportável.
A fila andou chegou até chegar a vez do rapaz portador da nuca voluptuosa. Ele iria se virar, ela iria ver sua fronte. Estremeceu. Mas ao mirar os olhos, a face séria, decepcionou-se. Não sabia ao certo o que esperava, mas esperava algo diferente. Queria apenas a nuca, extirpar aquela parte do restante corpo. Queria com uma dócil violência aquela nuca, aquele início de barba, apenas, sem mais. Era sua vez, sacou seus trocados sujos, pois era início de mês, era preciso pagar água, luz, o gás.
Sem muito ânimo para desempenhar atividades cotidianas ela encaminhou-se até a agência bancária mais perto. No caminho seus passos seguiam firmes desviando das poças formadas pela chuva, os pensamentos desviavam-se das tristezas que seu sorriso manso costumava esconder. Traçava mentalmente uma lista de tarefas para semana, com toda certeza ela deveria limpar o lixo de sua kit net, por mais que não se importasse com seu pequeno mundo caótico de papéis, e o cheiro de sebo, as xícaras sujas de café em cima de todas superfícies (café era o alimento base de sua dieta). As raras pessoas que apareciam com uma raridade ainda maior para visitá-la importavam-se, portanto a faxina se fazia necessária.
Ah! Como são cinzentas as terças-feiras. Ao entrar no banco dirigiu-se a fila do caixa eletrônico. Puxa que fila! Todos necessitavam desesperadamente de seus trocados sujos, pois, era início de mês, era preciso pagar água, luz, o gás. Distraída na fila ela começou a observar a princípio inocentemente a nuca do rapaz que encontrava-se na sua frente. Rendeu-se, que nuca! A pele bronzeada de sol, no maxilar era possível discernir o início de uma barba. Homens barbados sempre à atraiam, seu pai possuía barba, somente com essa informação e Freud já teria traçado todo o perfil de suas relações amorosas. Ela não se importava! Continuou a observar a nuca que encontrava-se a sua frente, seus pensamentos ficavam cada vez mais libidinosos diante daquela nuca. A senhora que estava atrás dela na fila olhou em volta e comentou displicentemente: “Que tempo louco!” sem muito interesse de prosseguir a conversa com a desconhecida, ela desinteressadamente respondeu com um “Pois é...”.
Virou-se novamente para frente para continuar a cravar os olhos na nuca que lhe despertara tamanho interesse. Fantasiou, sem dúvida esse era um de seus passa-tempos prediletos, necessitava de suas doses diárias de fantasia, bem como um moribundo ansiava por suas doses diárias de morfina. A fantasia era sua morfina. Deixava a dolorosa tarefa de viver ao menos suportável.
A fila andou chegou até chegar a vez do rapaz portador da nuca voluptuosa. Ele iria se virar, ela iria ver sua fronte. Estremeceu. Mas ao mirar os olhos, a face séria, decepcionou-se. Não sabia ao certo o que esperava, mas esperava algo diferente. Queria apenas a nuca, extirpar aquela parte do restante corpo. Queria com uma dócil violência aquela nuca, aquele início de barba, apenas, sem mais. Era sua vez, sacou seus trocados sujos, pois era início de mês, era preciso pagar água, luz, o gás.
Fonte da imagem: Flickr CubaGallery
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