sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um doce gosto amargo na boca, um silêncio estridente nos ouvidos

Caralho! Derrubava café em sua blusa novamente, era a segunda vez somente essa semana. Tamanha displicência ao tomar café se tornava compreensível ao perceber sua voracidade sobre as xícaras. Ela queria na verdade, que a cafeína fosse mais que cafeína. Queria cocaína. Precisava disfarçar sua tristeza. Mas que porra de tristeza? Tinha um emprego razoável. Ela tinha também uma família que mantinha uma distância agradável. Trepava com uma freqüência menor que a desejada, é verdade, mas ela preferia assim. Antes o marasmo de uma vida sexual vagarosa a ter mais um otário entre suas pernas, estava cansada de otários.

Um comentário:

  1. Que acidez delirante.
    Você consegue romper com aquele véu empoeirado que encobre o cotidiano, sua escrita escancara a vida tal como é. Amei o texto!

    ResponderExcluir