Fonte da imagem: Getty Images |
Chegava bêbado em casa, se é que o pequeno quarto podia ser chamado de casa, abriu com dificuldade aquela porta, por causa não só do trinco que sempre emperrava, mas também por causa da embriaguez que estava se tornando rotina. Não que fosse infeliz, pois ele não era. Apenas crescia um desejo de mandar o mundo se fuder, ele e suas convenções hipócritas. E como simplesmente ferrar com todo o mundo era difícil, ele se fudia sozinho, para não se fuder na mão de nenhum otário. Não era preciso ajuda para isso, ele se fudia solitariamente com extrema maestria.
Apoiando-se nas paredes, caminhou até o banheiro, ainda escorado na porta do banheiro acendeu a lâmpada, permaneceu alguns instantes observando a luz, sustentado pelo batente da porta, com a boca entreaberta e o olhar vago. Embora os instantes que ficou ali tenham sido muito breves, pareceram para a sua mente entorpecida pelo álcool, muito tempo. Acordou de seus delírios, deixou a garrafa de vodka vazia sobre a pia. Abriu o zíper, começou a esvaziar sua bexiga e seu coração na privada, quando deu por si, a tampa ainda estava abaixada. Xingou. Não sabia se por errar a mira da urina, ou por outros erros cometidos.
Ao terminar fechou o zíper lentamente, sem abotoar o botão superior da calça, foi até a pia pegou a garrafa vazia de vodka, encheu-a com água da torneira. A boca estava seca, tomou um grande e doloroso gole d’água, virando com brutalidade a garrafa ao ângulo de 180º, fazendo que escorresse água pela boca, molhando seu pescoço, sua camiseta surrada, seu peito vazio. Tornou a encher a garrafa, o barulho da torneira aberta o acalmava, fechou os olhos e procurou concentrar-se naquele som, como se fosse música. Fechou a torneira, pensou em levantar os olhos para ver sua imagem no espelho do banheiro. Mudou de idéia, estava ferrado e não precisava que o reflexo do espelho confirmasse isso.
Com a garrafa na mão caminhou até sua cama com passos vacilantes, depositou ao lado da cama a garrafa que outrora guardou as chaves de sua prisão, mas agora havia somente água pura límpida como seus pensamentos estavam após ter alcançado seu nirvana alcoólico. Deixou-se cair sobre cama, ignorando os montes de roupas sujas que lhe faziam companhia. Seu quarto rodopiou perante sua vista por alguns minutos. Assim que os móveis, os livros empoeirados, os discos velhos, pararam de rodar varreu tudo que ali havia com seu olhar. Fechou os olhos com calma e com a certeza estava seguro do caos lá fora. Adormeceu.
Apoiando-se nas paredes, caminhou até o banheiro, ainda escorado na porta do banheiro acendeu a lâmpada, permaneceu alguns instantes observando a luz, sustentado pelo batente da porta, com a boca entreaberta e o olhar vago. Embora os instantes que ficou ali tenham sido muito breves, pareceram para a sua mente entorpecida pelo álcool, muito tempo. Acordou de seus delírios, deixou a garrafa de vodka vazia sobre a pia. Abriu o zíper, começou a esvaziar sua bexiga e seu coração na privada, quando deu por si, a tampa ainda estava abaixada. Xingou. Não sabia se por errar a mira da urina, ou por outros erros cometidos.
Ao terminar fechou o zíper lentamente, sem abotoar o botão superior da calça, foi até a pia pegou a garrafa vazia de vodka, encheu-a com água da torneira. A boca estava seca, tomou um grande e doloroso gole d’água, virando com brutalidade a garrafa ao ângulo de 180º, fazendo que escorresse água pela boca, molhando seu pescoço, sua camiseta surrada, seu peito vazio. Tornou a encher a garrafa, o barulho da torneira aberta o acalmava, fechou os olhos e procurou concentrar-se naquele som, como se fosse música. Fechou a torneira, pensou em levantar os olhos para ver sua imagem no espelho do banheiro. Mudou de idéia, estava ferrado e não precisava que o reflexo do espelho confirmasse isso.
Com a garrafa na mão caminhou até sua cama com passos vacilantes, depositou ao lado da cama a garrafa que outrora guardou as chaves de sua prisão, mas agora havia somente água pura límpida como seus pensamentos estavam após ter alcançado seu nirvana alcoólico. Deixou-se cair sobre cama, ignorando os montes de roupas sujas que lhe faziam companhia. Seu quarto rodopiou perante sua vista por alguns minutos. Assim que os móveis, os livros empoeirados, os discos velhos, pararam de rodar varreu tudo que ali havia com seu olhar. Fechou os olhos com calma e com a certeza estava seguro do caos lá fora. Adormeceu.
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