terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sétima Arte

Há dias estou com uma vontade que vai crescendo de mansinho, de assistir novamente Virgens Suicídas (sim, eu gosto de rever várias vezes os filmes, sim eu gosto de reler várias vezes os livros). O filme dirigido por Sofia Coppola, na minha humilde opnião o melhor dela, muito mais profundo que o aclamado "Encontros e Desencontros", e com a mesma perfeição fotográfica de "Maria Antonieta". 
O filme narra a história da famíla Lisbon, a partir da visão de garotos que eram vizinhos das cinco belas Lisbon, uma tradicional família norte-americana, com seus valores excesivamente moralistas, em meados da década de 1970. O ápice do desenrolar da trama se dá a partir das tentativas, até o sucesso do suicídio da filha mais nova dos Lisbon, Cecília que com 13 anos, já sabia o que a vida lhe aguardava. 

Um filme delicado e primoso. Recomendo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Marasmódico

 Sem muita vontade de sentir, deixo-me ser arrastada. Meu samba anda sem refrão!

Mono
Monotonia
Monocromática
Monogamia

Ausência absoluta de emoções

Acho a tristeza um catalizador criativo, ainda que escrever sobre nuvens  feitas de algodão doce, flores a desabrochar no início da primavera, sobre a beleza etérea de seus olhos amendoados, seja deveras interessante. Nada como vomitar Bukowski em versos sujos e ralos e escrever como o mundo é rídiculo!


Preciso encontrar minha sagacidade

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Colorir



Se sentimentos tivessem cores, o egoísmo seria marron, como são as fezes.
A dor seria escura como noite sem luar.
A felicidade seria dourada, de um dourado tão intenso, que cegaria os olhos desatentos.
Ah! Se os sentimentos tivessem cores, estaria eu munida de pincéis e tintas, mas sentimentos
não tem cores e me resta apenas a velha caneta esferográfica.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Where Did You Sleep Last Night?


O nojo transforma-se em espuma na boca
instinto caça, mata e fere.
Longa a noite percorre, a mente bebe raiva.
Embriaga-se.
Nada foi real a ilusão durou correu
nada mais ficou
A santa expurga a verdade
Açoita-lhe o cícilio
castiga-te
mata-te
Corrompe o delírio, a realidade percorre as veias
gela o sangue viscoso
Tua face queima, tuas mãos frias
teus pés vacilam e não encontram o chão sob eles
Sobre tua cabeça o céu desaba em pó.
Tuas narinas enchem-se
com o odor pútrito do enxofre.
A lâmina não corta teus pulsos.
Te obriga a continuar a farsa.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Teste (texto escrito para o Marcola em dez/2009)

 Esse post é somente um teste, o blog já começa bem, sem ter nem a pretenção de um post inaugural. O texto abaixo escrevi na primeira folha dos "Anais de uma Aventura" (foto), presente que fiz para o meu caro amigo, Marcola.



Presente do Marcola

Um amigo pra sua viagem!
Que você possa preencher as páginas desse caderno com velhas, crianças, doidos lúcidos, aquelas pessoas que deixam uma marca indelével na alma e a certeza de que nunca serão esquecidas. Os sonhos desses seres engolem o espírito errante do aventureiro descompromissado com a verdade, pois, a verdade é inexata, é apenas ilusão do moribundo. As pessoas que vc encontrará no seu caminho, pode ter certeza, vão te mudar. Mude! Permita-se! A estrada é nosso lar. Ao longo da minha curta existência uma das lições mais importantes que aprendi foi: crie laços e não raízes, as pessoas são importantes!
A vida tem personagens esplendidos, desses que nos deixam por anos um mistério saboroso, que não faz sentido revelar, pois a mágica está justamente no segredo. Aproveite as manhãs na feira de rua, as noites de lua, guarde para pessoas especiais. Embriague-se do mundo! Perca-se no mundo!
Transeunte dessa loucura telúrica, vertiginosa, impetuosa que nos arrebata para o carrossel de hipocrisia que nos cerca. É preciso fugir dessa depravação, é preciso perturbar a razão, romper a serenidade das almas, dilacerar simulacros mentais imaculados, inutilizar o status quo.
Atravesse sempre que possível a linha tênue entre a loucura e lucidez, depois me diga como foi.